Enquanto houver céu e mar; Enquanto houver
nascer de sol e ocasos - haverá vida a pulsar
Por trás de cada nuvem existe um sol - o nosso sol -
escondido, a espreitar, lembrando que, ameaças à parte, ele está lá a brilhar.
Um canto, num dos muitos cantos deste mundo, onde apenas a natureza vozeia; Onde, no silencio invasivo de uma alma, se propaga um vazio calmo se acinzentado - uma paz submersa.
Na velocidade de uma vida que não se coíbe de passar, de
voar, de se esgotar, o céu veste-se de cinza e branco: onde a mão do sol, por
trás, põe a sua luz
Um quadro da natureza que jamais mão humana conseguiu reproduzir; Jamais conseguirá, porque a mão que o pintou é única- inigualável
Cai o dia, cai a
alma, cai o medo, a esperança, a dor; Cai o mundo num fabuloso suspiro de
beleza
Paz; Esta paz que invade e preenche, deixando espaço para a solidão, para o vazio, para um indestinado coração que bate sem sentido ou destino. Mas paz - uma paz imensa - apaziguadora.
O caminho faz-se de estrada e nuvens em céu de oco azul - tela que se olha - tela que se absorve e colhe, tela que se vive com um vazio pacifico na alma e no coração.
Entardece nas águas de uma mansidão que devora o espaço, que
acalma a alma e preenche o coração vacante. Apenas o vazio invade, sem alarde,
sem dor... Apenas e só; Vazio.